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Um panorama sobre Healthcare em 2019

O mercado de saúde nos reserva, ano após ano, grandes mudanças e novidades. Em 2019, não foi diferente. A década chegou ao fim apontando transformações que não são apenas para o futuro, mas que já influenciam o presente. Um dos principais destaques, certamente, foi volume de fusões e aquisições na saúde suplementar. O ano terminou com pelo menos 80 fusões e aquisições de operadoras, hospitais, clínicas e laboratórios, de acordo com dados levantados pela consultoria KPMG e pelo jornal Valor Econômico. Foi o maior volume de transações desde 2000. O ritmo é mais intenso do que o observado nos demais setores econômicos, principalmente após o IPO da Intermédica e da Hapvida.

O interesse de investir na saúde brasileira se consolida graças a fatores sociais e econômicos, como a reforma da previdência e a previsão de queda do desemprego. Além de fatores inerentes ao próprio mercado, o qual se mostrou resiliente e atraente mesmo após crises econômicas sofridas pelo país. Outro ponto que prende a atenção de quem deseja fazer investimentos a longo prazo na área é o envelhecimento populacional do quinto maior país do mundo. As consequências da consolidação do mercado serão sentidas por todo o setor e pela população. Ela se traduz em instituições de saúde mais profissionalizadas e eficientes, focadas em gerar melhores resultados assistenciais e financeiros.

Do lado da saúde pública, a busca pela eficiência no uso dos recursos também foi um mote. Programas como o Mais Médicos, hoje chamado Médicos pelo Brasil, passaram a ter como foco áreas remotas e de maior vulnerabilidade social. Na Atenção Primária à Saúde (APS), o ministro Luiz Henrique Mandetta levou adiante um novo modelo de financiamento, sinalizando para um sistema que incentiva as equipes de Saúde da Família, a informação e o fortalecimento do uso de indicadores no planejamento e na gestão.

 

Em São Paulo, as negociações que ocorreram desde 2018 levaram à aprovação, no início de 2020, da obrigatoriedade das Salas de Descompressão para enfermeiros e auxiliares de enfermagem, em hospitais públicos e privados. A regulamentação é um reflexo da preocupação das instituições de saúde com o esgotamento físico e o estresse que os profissionais sofrem em suas rotinas de trabalho. A lei é uma tentativa de reduzir os efeitos do Burnout (esgotamento graças ao trabalho) nas equipes e, ao final, de aumentar a segurança dos pacientes.

Outra palavra usada com bastante frequência em 2019 foi telesaúde ou telemedicina. O exercício da medicina mediado por tecnologias já é uma realidade no país para fins de educação, discussão de caso e laudos a distância, ou seja, pode ocorrer desde que a interface aconteça exclusivamente entre médicos.

O grande dilema do ano, ocorreu quando o Conselho Federal de Medicina publicou e logo em seguida revogou a atualização da norma que regulamenta a prática tecnológica entre médico e paciente, a teleconsulta. Na ocasião, instituições e profissionais alertaram para a necessidade do exame físico e do contato direto com o paciente. A regulamentação ainda está em discussão. Entre as preocupações dos especialistas estão a garantia de segurança das informações pessoais, a interoperabilidade de dados e a qualidade da assistência a distância.

Mesmo com o impasse na lei, não há volta para a revolução que a saúde digital está fazendo em todo o mundo. Uma vez que a internet empoderou as pessoas, cada paciente se tornou mais consciente sobre seus direitos e mais habilitado a comparar e escolher os serviços adequados. Estamos caminhando para uma medicina mais individualizada, preditiva e eficiente.

 

Podemos concluir que 2019 foi um ano positivo para o setor e as projeções para 2020 são boas. Mesmo com todo avanço tecnológico, o ser humano vai continuar sendo a prioridade para termos serviços de saúde sustentáveis. Portanto, o cuidado integrado, com paciente no centro das discussões, sendo respeitado e valorizado em sua individualidade, permanece em alta.

Na remuneração dos prestadores de serviços de saúde, serão discutidos e testados novos métodos, mais justos e eficientes, privilegiando o que for mais resolutivo para o sistema. A comunicação com os usuários do sistema será crucial, com ações dirigidas à educação sobre o uso do sistema sem causar um desequilíbrio financeiro. Vemos como uma grande oportunidade para os melhores se destacarem.

 

sucesso das instituições de saúde vai estar na forma como elas pensam em seus fluxos, processos, expansões e reformas. Hospitais, clínicas, laboratórios e outros prestadores poderão encontrar mais eficiência operacional por área construída, priorizando construções inteligentes, pensadas com base nos perfis epidemiológicos e demográficos dos pacientes que as utilizarão. Serão espaços planejados de acordo com a doença a ser tratada, a faixa etária dos pacientes e suas condições de autonomia, por exemplo.

Como uma empresa de negócios ligados a engenharia, estamos atentos às novidades que impactam o negócio de nossos clientes. Em muitos casos participamos de etapas de planejamento e estudos muito antes de qualquer plano de expansão ou construção. Contar com um parceiro que entenda o mercado e suas variáveis, para além das áreas de infraestrutura e patrimônio, faz toda a diferença.

 

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