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Rumo à indústria 4.0

Desde o início de nossa história passamos por diversas mudanças relacionadas a nossa abordagem quanto a tecnologia e inovação. Várias metodologias e materiais, que hoje estão incorporados no setor de Engenharia e Construção, tiveram sua origem graças à iniciativa da Método no passado.  

Podemos citar como exemplos a utilização pioneira do Dry-wall no Brasil, as aulas para trabalhadores no canteiro, a participação no USGBC, a criação do GBC Brasil, o pioneirismo da aplicação da metodologia BIM em projetos, bem como prêmios de inovação e muitos outros. 

A quarta onda industrial é conhecida por ser fortemente baseada na transformação digital, incorporando o uso de diversas tecnologias para solução de problemas tradicionais. No entanto, antes disso, é necessário gerenciar e integrar pessoas e processos para que trabalhem em harmonia com as máquinas. 

Reunimos algumas das iniciativas recentes que temos aplicado em nossa operação para que conheça como elas têm nos impactado de maneira positiva e ajudado a gerar valorcaminhando rumo a quarta onda industrial. 

 

  • Uso do BIM em diferentes tipologias e modalidades de contratação de projetos 

Começamos a dar os primeiros passos para implantação e utilização do BIM no ano de 2008. Desde então foram muitos aprendizados, prêmios conquistados e alcançamos uma maturidade interna que nos possibilitou executar todas as nossas obras de construção civil em BIM, porém ainda havia muito espaço para desenvolvermos a metodologia internamente entre as outras unidades de negócio da empresa. 

Para além da área de Construção Civil, expandimos os usos de BIM para a Unidade Industrial (focada em construção e montagem eletromecânica, manutenção e desmobilização de ativos, principalmente de plantas industriais) e também para a Unidade Fast (voltada para a gestão de milhares de ações e obras simultâneas em todo país).  

Essa disseminação interna tem sido um processo complexo que exige uma mudança de fluxos e mapeamento acurado de processos. Atualmente, temos projetos em todas as Unidades utilizando essa metodologia como gestão da informação 

Como exemplos, temos o Polo Gaslub, em Itaboraí-RJ, que demanda um volume de projetos ímpar e tem utilizado o BIM para a compatibilização dos projetos, que são gerados no modelo Fast-tracking (COMPERJ: Desafios e Soluções). Além da compatibilização, extração de quantitativos, acompanhamento do cronograma e custos, é possível também explorar os modelos com informações que podem ser utilizadas na manutenção e operação do empreendimento, conectando as demandas dos equipamentos a Gestão de Facilities. Outro exemplo é a utilização de BIM no segmento de obras rápidas e padronizadas, onde não temos apenas um projeto e sim vários simultâneos. Neste caso os ganhos de produtividade estão em boa parte do ciclo, principalmente no desenvolvimento de projetos cadastrais. Desde a etapa de levantamentos de campo, quando utilizamos a tecnologia de Laser Scan para gerarmos modelos BIM que serão utilizados como parâmetro para modelagem e publicação de todas as disciplinas de projetos executivos, levantamento de quantitativos e compatibilização de todas as disciplinas, publicação de todos os projetos executivos para a execução da obra.  

O principal desafio deste cenário é gerenciar os processos em meio ao grande volume, diversidade tipológica de obras e intensidade das ações. Dessa forma, a capacitação da equipe interna de desenvolvimento, a elaboração de padrões para emissão de documentação e a organização do fluxo do processo em obras de varejo, contribuem com a agilidade necessária e qualidade final de entregas da Unidade Fast.   

Nesse contexto, a utilização da metodologia BIM torna-se a porta de entrada para a implantação de diversas outras tecnologias emergentes da Construção Civil, pois é o primeiro passo para a digitalização desse processo. Em 2017, começamos a utilizar a Realidade Virtual nos canteiros, através de plataformas da Autodesk, para que todas as partes interessadas no projeto pudessem ter uma percepção mais realista do resultado final da obra. O que começou como um projeto desenvolvido no Programa de Estágionos trouxe a possibilidade de tomar decisões baseadas em uma melhor compreensão visual e imersiva de nossas propostas de Engenharia de Valor e execução das atividades no campo, bem como discussões mais precisas com os clientes. 

Este avanço só foi possível graças a adesão da Metodologia BIM, que nos possibilitava ter o modelo tridimensional de todoos nossoprojetos.  Ainda dentro do contexto de ambiente virtual, em 2018 iniciamos a implantação de Tours Virtuais nas obras, através do desenvolvimento da parceria com a startup da  Banib A plataforma possibilita visitar todos os canteiros de obra de maneira remota e imersiva, gerando resultado focado em negócios.

Visite uma de nossas obras.

Em 2019, fizemos a primeira implantação de BIM para Gestão de Facilities vinculada à plataforma Archibus no case do Fortaleza Airport, juntamente com o apoio de uma consultoria externa. Além de todos os benefícios da utilização da metodologia no desenvolvimento de projetos e na execução de obra, o cliente responsável pela operação do empreendimento é um dos mais beneficiados do processo vinculado com a manutenção  

Por fim, a utilização de equipamentos com a tecnologia de nuvem de pontos tem nos permitido um grande aumento de eficiência e produtividade nos levantamentos de campo, além de oferecer uma maior acuracidade quanto as informações de um projeto. Uma vez geradas essas nuvens de pontos, é possível fazer a modelagem BIM e iniciar o desenvolvimento de projetos de maneira muito mais precisa e detalhada. 

 

  • Lean Construction 

Embora em nossa fundação atuássemos apenas no segmento de construção civil, nosso fundador Hugo Vinicius Rosa é engenheiro de produção por formação, trazendo seu apreço pela melhoria contínua a toda empresa. Sempre buscamos pelas melhores práticas relacionadas aos conceitos de construção enxuta. Nos últimos anos, contamos com parceiros que nos auxiliaram na implantação dos conceitos e no aprimoramento de uma cultura baseada no consumo mínimo de recursos e na utilização máxima de conhecimento e habilidade das pessoas, com o foco absoluto naquilo que gera valor para o cliente. Como exemplos, podemos citar o Lean Institute Brasil e a Logical Systems.

Estabelecer os processos em fluxo contínuo, identificar as atividades de valor, definir a sequência, o ritmo e a terminalidade da produção puxada, são alguns princípios que adotamos em busca da perfeição.

Hoje, temos áreas de planejamento que auxiliam nossa operação fornecendo o suporte necessário para que o processo seja o mais enxuto possível, através da gestão integrada entre as áreas envolvidas, das fases do projeto, da colaboração entre as equipes e da busca de melhoria contínua.  Alcançamos números expressivos de aumento de produtividade, como exemplos, podemos citar a construção de uma agência bancária em Barretos-SP que teve seu prazo de construção diminuído de noventa para quarenta dias  e a antecipação da entrega do saguão de embarque do Aeroporto de Fortaleza com 50% de redução do prazo. Além de ações simultâneas, o fluxo de comunicação e colaboração com fornecedores é muito mais intenso que o processo convencional, o que demanda uma gestão ágil e pronta para constantes iterações no planejamento.

Conheça um pouco mais sobre nossa aplicação do Lean no processo de gerenciamento e construção. 

 

  • Inovação Aberta 

Diversas soluções que aplicamos em nossa operação, ou em áreas de apoio, são provenientes de empresas parceiras e startups. Muitas delas já tinham serviços e produtos prontos que se encaixavam no nosso contexto, já em outros casos, unimos a maturidade e experiência da Método com agilidade e inovação de starups, testando possibilidades e funcionalidades, até chegarmos aos formatos que usamos atualmente. Um exemplo dessa parceria é a implantação do Construcode, plataforma que nos possibilita o gerenciamento de revisões e distribuição de cópias de projetono campo, através da leitura de etiquetas QRCodes. 

Algumas vezes vamos ao mercado buscar a solução para algum problema que temos, outras recebemos empresas que nos mostram possibilidades de melhoria contínua. Em ambos os casos, o fluxo de comunicação interna é muito importante, pois precisamos garantir que as novidades que encontramos sejam conhecidas e avaliadas pelas áreas internas de todas as Unidades de Negócio. Este tipo de colaboração se torna ainda mais fluída quando os envolvidos estão acostumados a trabalhar de forma não-centralizada com pessoas de diferentes habilidades.  

Também o somos membros da RCDI (Rede de Construção Digital e Industrializada), uma iniciativa do Centro de Tecnologia em Edificação que reúne construtoras, projetistas e empresas de tecnologia. A rede funciona como um hub que fomenta a interação, a capacitação e a colaboração de seus participantes em prol da inovação no segmento de engenharia e construção com foco em sustentabilidade e qualidade. 

Em 2020, participamos de quatro grupos de trabalho (BIM: Integrando as empresas da Cadeia Produtiva da Construção Civil; Canteiros Inteligentes – Tecnologias Digitais Aplicadas ao Canteiro de Obras; Cultura de Inovação na Cadeia Produtiva da Construção; Desenvolvimento da Industrialização da Construção Envolvendo a Cadeia Produtiva) com seis profissionais inscritos. Outra importante participação foi nos eventos online, onde marcamos presença em oito webinars. Em 2021, mantivemos nossa agenda junto ao RDCI e esperamos aumentar nossa participação dentro do ambiente de colaboração da Rede. 

  

  • Design thinking 

 A abordagem do design é perfeita para a resolução de problemas complexos e não lineares, incentivando os atores a investigarem o problema antes de partirem para a solução. Ele é fundamental para que todos em uma empresa tenham a mentalidade focada em pessoas, e na perspectiva que elas têm – tanto nas pessoas da própria organização quanto nas que estão fora dela. Todas as relações empresariais se dão, antes de tudo, entre pessoas.  

É muito importante que os envolvidos em um projeto tenham espaço e acolhimento para contribuir com ele e interagir com indivíduos de diferentes repertórios e habilidades. Quando o assunto é colaboração, empatia é a palavra-chave: muito mais importante que colar alguns post-its aqui e ali é aprender a ouvir e abrir-se para que surjam novas possibilidades.  

Esta abordagem também permite que desenvolvamos uma mentalidade que valoriza o visual, para garantir que todos estejam na mesma página, tendo clareza na comunicação e melhor percepção sobre o problema, em suas múltiplas facetas.  

Com base nestes conceitos, realizamos ciclos de Sprints onde o foco é resolver algum problema dentro da organização. Para que isso seja possível, envolvemos pessoas da área onde identificamos o problema e membros de diferentes equipes com habilidades e repertórios que possam ser relevantes ao projeto.  

Esses Squads têm como meta entregar ao final do Sprint (neste caso um mês), um protótipo e lições aprendidas. Os pilares deste programa são educação, conexão e inspiração. Através deste programa, promovido pelo InovaMétodo, aconteceram 12 ciclos, com 6 projetos implementados na operação e muitos aprendizados assimilados. Além disso, tivemos conteúdos e metodologias utilizadas na abordagem do Design praticados e internalizado por pessoas de diferentes áreas da Método. 

 

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